Rural

O tomate pelotense

Neste sábado, a Colônia Santa Áurea recebe o dia de campo sobre o fruto; em maio, Pelotas terá a primeira Fetomate

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(Fotos: Gabriel Huth - Especial - DP)

Dona Zilma Barcellos Franch, 56, compara o cuidado com a plantação de tomates ao de uma criança. Diariamente, e diversas vezes por dia, caminha entre os canteiros, para a cada pouco, analisa os pés de tomate. Qualquer detalhe ou diferença não passa aos olhos da produtora, que trabalha com produção de hortifrúti há mais de 30 anos. Há alguns dias, sua plantação, localizada no Monte Bonito, enfrenta dificuldades no controle de pragas e fungos na plantação, tema do Dia de Campo organizado pela Emater neste sábado. Ao mesmo tempo, Pelotas se prepara para a Fetomate, a primeira festa do tomate do município, marcada para o dia 1º de maio.

Neste sábado, produtores se reúnem na Colônia Santa Áurea, onde Marcos Schiller abre as portas da sua residência para debater novidades na área. Sejam variedades de sementes e de defensivos, fungos e bactérias que têm sido encontradas em diversas lavouras no interior do município.

Conforme a Emater, a traça e a broca são as pragas mais comuns. A pinta-bacteriana é outra doença que ataca a planta. "É uma época do ano com combinações favoráveis ao surgimento destes fungos e doenças. Soma-se o sol, o calor com a umidade e a chuva, se cria um ambiente favorável às pestes", explica o técnico da Emater, André Perleberg. O evento começa às 9h30min.

A produção de Pelotas
De acordo com os dados do escritório municipal da Emater, Pelotas tem cerca de 40 hectares do cultivo. Ao todo, o setor envolve entre 70 e 80 famílias de agricultores para uma produção superior a 2,8 mil toneladas por safra. As variedades mais comuns nas lavouras são o tipo salada, o longa vida e o italiano, respectivamente. Entre aqueles que mais produzem, é possível alcançar até 80 toneladas por hectare, distribuídos em 16 mil plantas.

Olho vivo no cultivo
Zilma fala a todo instante durante a visita à lavoura sobre a sensibilidade da planta e da fruta. Com sistema de irrigação instalado, em diferentes momentos do dia ela percorre canteiro por canteiro para ativar as torneiras. Caso ela encontre alguma fruta em mau estado, ou percebe algum fungo, recorre a fungicidas e produtos químicos indicados. "A gente não pode esperar muito senão ataca o restante das plantas", indica. De uma produção estimada em 700 caixas, será colhido na propriedade cerca de 270 a 300 caixas.

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Atingida por um fungo, a lavoura está sofrendo perdas no desenvolvimento da fruta. Ao mesmo tempo que encarece a produção pelo uso de químicos, o tomate perde qualidade e valor comercial. Conforme o último levantamento semanal da Emater, o preço variava entre R$ 70,00 e R$ 80,00 a caixa com 20 quilos. No final de janeiro e início de fevereiro, eram vendidas a R$ 10,00 - preço que significa prejuízo aos agricultores. A queda e o aumento, conforme o técnico Perleberg, diz respeito a oferta do produto.

Fetomate
Está marcado para o dia 1º de maio a primeira festa do tomate de Pelotas. A Fetomate será no Restaurante Grupelli, no Quilombo, 7º Distrito de Pelotas. O evento é organizado pela Associação dos Comerciantes de Hortifrutigranjeiros de Pelotas (Achip) e terá entrada gratuita. Além de apresentações musicais, haverá também concurso entre os melhores frutos dos agricultores.

O presidente da Achip, José Paulo Benemann, explica que a festa busca valorizar os produtores e divulgar a qualidade da fruta cultivada em Pelotas. "Queremos ampliar o leque de possibilidades de comércio. Hoje mandamos praticamente só para Porto Alegre, mas nos anos 1990 a gente entregava até no Rio de Janeiro. Precisamos divulgar o que é produzido aqui", sintetiza.

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